OSCAR Niemeyer!

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Continuação da postagem de 15dez.2022.

MESMO passando por dificuldades financeiras, Niemeyer vem a formar-se engenheiro-arquiteto (denominação da época) em 1934. O contato profissional com Lúcio Costa viria a ser de extrema importância para o amadurecimento do jovem arquiteto, e Niemeyer sabia disso, pois tudo o que queria então era apenas ser um bom arquiteto.

Além da influência de Lúcio Costa, as ideias do franco-suíço Le Corbusier (Charles-Édouard Jeanneret-Gris, nos documentos de identidade), arquiteto, urbanista, pintor e decorador, idealizador da arquitetura moderna na Europa, serviriam de base para a arte de Niemeyer.

Esse moço tem as montanhas do Rio nos olhos”, disse Le Corbusier a respeito de Niemeyer. (Ronaldo Costa Couto em Brasília kubitschek de Oliveira, p. 76)

Le Corbusier traçou mais que um prédio. Esboçou um projeto de vida para Oscar Niemeyer, que havia batido na porta do escritório de Lúcio Costa para trabalhar de graça — assevera Marcos Sá Correa (p. 103)

É como ajudante de Le Corbusier, que Niemeyer participa de um grupo de arquitetos chefiados por Lúcio Costa, durante a ditadura Vargas, cuja missão é projetar o edifício-sede do então Ministério da Educação e Saúde, atual Palácio Gustavo Capanema.

Sobre a experiência embrionária, diz Niemeyer:

Foi durante o desenvolvimento do projeto de Le Corbusier que me senti mais confiante. Primeiro, ele projetou a Universidade e eu, por decisão de Lúcio Costa, o assessorei como desenhista. Toda tarde ele vinha ver meus desenhos. Perguntava-lhe se estavam bem e ele, a sorrir, dizia irônico: “Très bien, Oscar. Si tu veux des compliements, je te fécilite.” Em seguida, o projeto do MEC estava sendo desenhado na base do segundo projeto do velho mestre. O mesmo bloco junto ao Ministério do Trabalho, a mesma rua-corredor e os mesmos pilotis com quatro metros de altura e o brise vertical da ABI. Curioso, fiz um croqui diferente, em função do primeiro estudo de Le Corbusier. Carlos Leão gostou da solução, Lúcio quis vê-la e eu, que nenhuma pretensão tinha de mudar o projeto em execução, joguei o croqui pela janela. Lúcio mandou buscá-lo e o adotou. Nesse momento, senti que não seria um arquiteto medíocre, que compreendia a arquitetura contemporânea e nela podia atuar corajosamente. (Marcos Sá Corrêa em Oscar Niemeyer, p. 106/107)

Receber elogios de uma autoridade como Le Corbusier não era coisa para qualquer um. Niemeyer então, despretensiosamente, agrega elementos ao projeto original a ponto de impressionar profundamente o mestre Lúcio Costa.

Mais tarde, em 1939, fazendo parte de um grupo de arquitetos com a missão de projetar o pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova Iorque, o projeto de Niemeyer é considerado por Lúcio Costa como mais moderno e inovador que o seu, propondo-lhe então uma parceria. Numa época em que Estados Unidos da América e Europa estavam concentrados na Segunda Grande Guerra, o Brasil investia na arquitetura, o que coloca o país na vanguarda da arquitetura modernista internacional, com o nome de Niemeyer apontado como o maior representante dessa fase.

Em 1940, Niemeyer é convidado por Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, para projetar aquilo que viria a ser conhecido como o Complexo Arquitetônico da Pampulha, cujo destaque é a Igreja de São Francisco de Assis. Oscar Niemeyer fez experimentos em concreto armado, aproveitando todas as suas potencialidades plásticas, sendo o mais bem-sucedido arquiteto a usar tal técnica.

É no bairro da Pampulha, Belo Horizonte, que Niemeyer faz a arquitetura brasileira tremer nas bases, conhecer algo novo, diferente, moderno, arrojado, revolucionário. O conjunto arquitetônico da Pampulha, de formas inesperadas e poderosa originalidade plástica. Leveza e liberdade de invenção, ruptura com padrão racionalista. Primeiro projeto individual de vulto de Niemeyer. E primeira obra pública de Kubitschek, executada no triênio 1942-44. Integra arquitetura com escultura, pintura e paisagismo. Niemeyer repete sempre que Brasília é a continuação da Pampulha. (Ronaldo Costa Couto em Brasília Kubitschek de Oliveira, p. 75)

Continua…

L.s.N.S.J.C.!

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